quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A estrada que há em mim...


Estive em Petrópolis ontem para comprar os ingressos para o show do Padre Fábio de Melo...

Na última vez que estive lá para assistir ao programa Direção Espiritual, já era noite quando subi, e ainda não havia amanhecido quando voltei... não pude ver o que o caminho havia reservado pra mim.

Estava começando a subir a serra e o sol forte manchava o chão com sombras e lembranças...

Como um susto, aquelas árvores que brincavam com a luz levaram-me de volta a um tempo que eu havia esquecido guardado em algum lugar. O brilho que me ofuscava a visão era o mesmo que encantava a menina do banco de trás, que fazia questão de sentar de um jeito que pudesse ver a estrada e o vai-e-vem dos pés e mãos do motorista.

Chegavam as férias e eu aguardando só por aquele momento. O engraçado... é que percebi que tenho poucas lembranças dos dias na casa de Petrópolis... Mas não esqueci o fascínio das sombras do caminho que tantas vezes me viu passar.

Me fiz menina de novo e chorei a saudade daqueles dias, onde tinha não só as sombras... tinha o colo de mãe, pai, avó, tia... onde eu deitava para sentir a luz fugidia e ver as curvas que revelavam outras curvas...

Parei na queijaria... afinal, estava menina e criança não pode dirigir... Alguém perguntou se estava tudo bem... e estava. Existem saudades boas que esquecemos de lembrar. Esta foi uma delas.

O que ficou daqueles dias hoje faz parte de mim. Dirigir ficou como uma paixão. Estrada é quase um lugar sagrado, onde tenho aprendido coisas que os caminhos cotidianos não poderiam dizer. É onde me coloco pequena que sou, e vejo como recebo bem mais do que mereço.

Fiquei feliz pela lembrança recuperada...
pelos ingressos disputados...
pelo que sei que ainda virá...

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