sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Entre Linhas...
O Natal do lado de fora...
Mas agora eu tenho trilhado caminhos de restauração. Assumi o papel que me cabe de protagonista da minha vida. Aprendi com um grande amigo que sofrimentos que não nos impulsionam para frente são inúteis e nada acrescentam em nossa caminhada.
Naquele momento senti vontade de pedir por aquele de quem sequer sabia o nome. A noite passou e não consegui desvencilhar-me daquela cena que se passava ali, tão perto.
Já estava me preparando para ir embora, buscando uma forma de levar algo para aquele que acompanhou minha noite. Foi quando o Guima surpreendeu-me em meu querer e falou: "Eu quero levar alguma coisa para um rapaz que está lá fora". Eu sabia quem era: "Eu sei. Eu também", respondi.
Preparei o prato, sobremesa e refrigerante. O que acontecia ali era maior que aquilo e eu sabia. Sabia que aquele gesto era pequeno demais, mas não me alcançava outro possível. Um prato de comida para uma fome suplicante pode ser tudo. Mas não resolve. É paliativo apesar de justo. Mas também sei que não adianta dizer ao que sofre que aguarde por planos grandiosos para a resolução de todos os seus problemas. O urgente é o que há de ser feito.
Fomos juntos, eu e Guima, até o local que já me aguardava desde cedo. A pouca luz do local não impediu minha surpresa. Sob o cabelo longo e a barba espessa, sob as roupas poídas e a coberta que mal cobria, sob a sujeira aparente e a dor que não podíamos ver, revelou-se uma fisionomia jovem, transfigurada pela solidão e sofrimento. Seu olhar, ainda meio adormecido, demonstrava não entender o que estava acontecendo. Por certo, não esperava ceia naquela noite.
O melhor Natal não estava na ceia, não estava nos presentes, nem na alegria das crianças. O melhor Natal, me aguardava onde ninguém queria estar... do lado de fora.
meu amigo... mesmo com todas as distâncias que impossibilitam a proximidade... vc está sempre por perto... pelo meu carinho verdadeiro, pelo que me leva à restauração do meu viver, pela beleza acalentadora da sua palavra... palavra que chegou qdo estava terminando este texto... e me deu a certeza de continuá-lo...
cada dia mais, agradeço a Deus p vc existir em minha vida...
domingo, 21 de dezembro de 2008
Hoje eu sei...
Não levantou-me de pronto. Primeiro acolheu-me em seu colo, recostou-me em seu ombro e envolveu-me com sua paz.
No chão dos meus pecados o Salvador se inclinara para que pudesse me alcançar. Depois ergueu-me num abraço demorado e conduziu-me pela mão. Paciente, relevou minha demora e inundou-me de amor.
Não que eu quisesse paz. Não que eu quisesse colo. Não que eu quisesse amor. Queria, antes, a solidão da desesperança que havia.
Mas isso não importa ao coração de um Pai.
Antes da vontade, vem o bem querer.
Antes de mim mesma, veio o Seu amor.
E a Sua luz se fez brilho em meu olhar.
Certeza de ser quem sou, quando eu me esqueci de ser alguém.
Certeza de chegar, quando eu não sabia continuar.
Certeza de ser feliz, quando eu só sabia duvidar.
Certeza de ser amada, quando eu não sabia mais amar
Amor que me invade e me devolve
Olhar que me acalenta e faz curar
Voz que me reconduz e que me diz:
"Filha, eu sempre estive aqui...
E nunca te abandonarei..."
Hoje, Pai...
Hoje eu sei...
carla b.
Artifícios
O ressonar sereno da palavra que repousa
é a afirmação precisa de que a vida segue viva.
Afoita, calada, pronta, inacabada,
não se permite amordaçar
pela ameaça do tempo.
Passa, deixa, leva, traz. Não importa!
Viver é conjugar o possível verbo,
que se insinua sem docilidade
e se apodera da contingência existencial do infante poeta.
Dores e ausências são matérias cotidianas.
Alegria, por vezes.
Se vier mais freqüente, a poesia se vai...
Melhor que se esconda por perto,
caso seja solicitada,
para que esteja à mão, sem estar.
Ela substitui a palavra, amordaça o verbo,
desaponta a caneta, tempera o poeta.
A sobriedade é raiz fecunda,
projeto válido para quem deseja o fundo
e não se contenta com a primeira fala.
A força contrária desenvolve heróis...
A força da fala revigora o gesto.
Palavras são artifícios da alma.
Diz quem quer... fala quem pode.
Pe. Fábio de Melo
Do livro "Tempo: Saudades e Esquecimentos"
A quem interessar possa
foi só ontem
que ouvi o que foi dito
estava lá
mas não estava
Deus sabe o porquê
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
São Paulo, 40°
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Belas adormecidas
Minhas palavras, não...
Apenas esperam adormecidas...
Fazem que vêm...
E ficam na expectativa de me ver chegar adiante...
E param na perspectiva do meu chegar que não vem...
Adormecem...
E ficam resumidas...
Na complexidade do tudo que ainda podem ser...
Completas... incertas... esquecidas...
Ainda puras... belas... adormecidas...
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Fora dos trilhos...
Eu fiquei ali, sem um ruído, tentando digerir minhas incapacidades. Ainda me flagro em pensamentos que não combinam com o que eu quero para mim. E vivo para tentar equilibrar pesos e medidas, pensamentos e palavras, realidades e ilusões. Indigestão anunciada, fazendo-se passar por despercebida ancorando-se em um sorriso de um amarelo senil, esforçando-se por ser arco-íris.
Não sei o que me deu. Mas também não fiz força para saber. Prefiro deixar assim, que se tornem palavras dispersas aqui dentro, que se reconfiguram e se articulam quando fora de mim.
Procurar entender seria uma maneira a mais de fazer doer. Saber porque é uma forma de não saber. Como já disse o poeta, significados definitivos encerram em si conceitos engessados em sua dureza de ser o que é sem que consigam ser o que podem. À miúde, podem muito; à priori, muito pouco serão. Por dentro, movimento que clama liberdade. Por fora, rigidez imposta por definição.
Ainda assim, minha racionalidade adquirida tenta dizer-me o que vai aqui no peito. Incomoda saber que o que me atinge, não é o que recebo do outro, mas o que não encontro quando busco em mim.
E, hoje, foi isso o que aconteceu. O silêncio absurdo que chegou com o inesperado da narrativa a mim imposta, deixou expostas as marcas que não sabia como minhas. Eu as tinha no peito, mas não as admitia como parte de mim. Deixava que ficassem ali quietinhas alimentadas de realidades distorcidas e negativas articuladas em nuances puerís.
Difícil reconhecer-se só diante de suas fraquezas, erros e omissões. Difícil mesmo é o reconhecer-se em si.
O que vejo, sou eu de joelhos diante do que não posso, do que jamais poderei. Tentando sorver em gotas um rio que passa veloz e se faz mar logo adiante. Água que é doce, invadida de sal.
O que sinto, sou eu reconhecendo as cicatrizes que me fiz e as que deixei ferir em mim. Cicatrizes impostas, cicatrizes permitidas, cicatrizes desejadas.
Hoje, a que me dói foi chegando aos poucos. No começo era um calor manso. Depois tornou-se desconforto. Agora é a dor da carne desagregada de sua condição de una que, ferida, sangra o vermelho de suas dores.
Queria naquele momento apenas o direito de nada dizer. Queria o direito de silenciar sem que isso incomodasse ou sucitasse divagações alheias inúteis. Queria o direito de não sorrir uma falsa alegria. E ainda assim, me fazer entender.
Eu pequei. Não compartilhei da alegria dividida. Fui infiel aos meus valores. Fui desconexa com meu caráter. Sorri sem sorrir. Agradeci sem gratidão. Orei sem oração. Invejei o que não pode ser invejado, simplesmente por ser o que o outro gostaria que fosse, e não o a realidade do que de fato existe.
Confessar-me pecadora é virtude pretenciosa? Se for, assumo que não saberia ser de outra forma senão assim. Se for, assumo que peco novamente pela pretensão de achar em mim virtude que valha.
Eu pequei. E o pior é que o pecado continua em mim. Ardendo em minhas ausências, antes inundadas de ilusões. O descortinado da realidade mostrando-me que nada é, diante do que queria que fosse.
E isso veio através do detalhe de simples palavra no meio daquilo tudo que meus ouvidos sorviam - "Também". Veio inundada de um orgulho besta que antes era meu e eu não sabia. "Também". Veio arrebatar-me do pensamento que me julgava estar em lugar diferente, mais acercado do que os longes laivos em que me encontrava ancorada.
Importante eu parar.
Para deixar o que dói desembarcar.
Depois... Importante não parar.
(Não entendeu? Que bom. Pensei que tinha sido só eu.)
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
Fernando Pessoa
domingo, 2 de novembro de 2008
Só Tu...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A fruta só
Dona Doida
com trovoada e clarões, exatamente como chove agora.
Quando se pôde abrir as janelas,
as poças tremiam com os últimos pingos.
Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,
decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos
Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,
trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.
A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,
com sombrinha infantil e coxas à mostra.
Meus filhos me repudiaram envergonhados,
meu marido ficou triste até a morte,
eu fiquei doida no encalço.
Só melhoro quando chove.
Adélia Prado
domingo, 26 de outubro de 2008
Entremeados...
Sorte que minha memória não estava lá tão mal assim... e mesmo dentro da minha timidez, atendi à solicitação da professora e falei alguns trechos que estavam em mim. A professora, inspirada, começou a lembrar de alguns... e eis que surge o nosso tema literário da semana... vida e obra de Adélia Prado. Incluindo um de seus textos, à nossa escolha, para recitarmos em grande estilo!
Fiquei emocionada e feliz... em ver como a vida é feita de tramas... de fios que, desconhecidos, se entrelaçam e formam um todo familiar que dá algum sentido ao nosso coração...
Ontem foi o dia de Adélia... por coincidência, no Centro Cultural da Justiça Eleitoral, que ocupou o antigo prédio que tanto conheceu meus passos de menina. Subi as escadas voltando no tempo, quando acompanhava minha tia em visitas saudosas ao antigo local de trabalho. Ela e minha avó haviam dedicado grande parte de sua vida àquelas salas... as imponentes pinturas de Antônio Parreiras as viram passar inúmeras vezes com seus cabelos impecáveis e saltos tagarelando alto no imenso pé direito que culmina numa cúpula, por onde entra, teimoso, o mesmo sol de outrora. Tudo revestia-se de um significado novo, maior.
Assim cheguei pra ver Adélia.... foi tão bonito que ela também teria chorado conosco ao ver a interpretação das jovens atrizes. Coloquei-me ao alcance de suas palavras e deixei-me render pela emoção...
Levei as impressões daquele momento durante o passeio pela orla de Copacabana... tanto, que ao passar pelo calçadão onde Carlos Drummond de Andrade sentava-se displicentemente em um dos bancos, quase pude ouvi-lo dizer: "Dê-me notícias... como vai minha menina fenomenal?"...
Mas a noite ainda não terminara e na mesma orla de Drummond, a poesia me alcançou novamente em forma de arte... uma amiga queria nos apresentar a um artista da feirinha do posto 5, Abdiá de Sá... e lá estava Deus e seus pequenos detalhes.
Do lixo, Abdiá faz poesia. Retira do ferro-velho, do entulho, a matéria prima de sua arte. O que é jogado fora, ele recolhe... e com suas mãos de artista e a sensibilidade de um poeta, transforma em arte e beleza...
Ele nos explica, com sua fala cheia de sabedoria, que um de seus "Dom Quixote" era diferente... era o maior de todos... este finalmente iria encontrar a Dulcinéia. Por isso, ao invés de um escudo, trazia na mão uma rosa e um pergaminho... onde ele havia escrito tudo o que sempre quis dizer à sua amada... Retirou o pergaminho de aço da escultura e colocou em nossas mãos: "Pesado, não é? É o peso de todo o amor que ele arrastou pela vida... ele tinha muito a escrever... as palavras pesam."
As palavras pesam. Pesaram as da Adélia. Pesaram as de Abdiá. Mas um peso que não cansa. Um peso que faz ficar em nós.
Voltamos em meu carro comentando a simplicidade e a emoção daqueles momentos. Após todos seguirem seus caminhos, segui o meu pensando... Meu Deus! Afinal, viver também não é isso? A poesia de um chuchu novinho e a arte que temos que fazer com o que foi parar no lixo??? Porque... sinceramente... se não for isso o que temos que fazer com o nosso lixo, então retiro tudo o que disse até hoje e digo que não sei mais o que é viver...
Atravessei a ponte sem lembrar de ligar o CD. só pensava na feira do dia seguinte: "moço... vc tem chuchu bem novinho?".
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
A estrada que há em mim...
Na última vez que estive lá para assistir ao programa Direção Espiritual, já era noite quando subi, e ainda não havia amanhecido quando voltei... não pude ver o que o caminho havia reservado pra mim.
Estava começando a subir a serra e o sol forte manchava o chão com sombras e lembranças...
Como um susto, aquelas árvores que brincavam com a luz levaram-me de volta a um tempo que eu havia esquecido guardado em algum lugar. O brilho que me ofuscava a visão era o mesmo que encantava a menina do banco de trás, que fazia questão de sentar de um jeito que pudesse ver a estrada e o vai-e-vem dos pés e mãos do motorista.
Chegavam as férias e eu aguardando só por aquele momento. O engraçado... é que percebi que tenho poucas lembranças dos dias na casa de Petrópolis... Mas não esqueci o fascínio das sombras do caminho que tantas vezes me viu passar.
Me fiz menina de novo e chorei a saudade daqueles dias, onde tinha não só as sombras... tinha o colo de mãe, pai, avó, tia... onde eu deitava para sentir a luz fugidia e ver as curvas que revelavam outras curvas...
Parei na queijaria... afinal, estava menina e criança não pode dirigir... Alguém perguntou se estava tudo bem... e estava. Existem saudades boas que esquecemos de lembrar. Esta foi uma delas.
O que ficou daqueles dias hoje faz parte de mim. Dirigir ficou como uma paixão. Estrada é quase um lugar sagrado, onde tenho aprendido coisas que os caminhos cotidianos não poderiam dizer. É onde me coloco pequena que sou, e vejo como recebo bem mais do que mereço.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Para mim...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Fechado para balanço...
Estou com um não sei o quê nas minhas veias. Uma inquietação. Me sinto inadequada a tudo. Como se não coubesse no que tenho que ser. Eu inquieto, desaprumo, descompasso. Será que isso é coisa que se sinta? Já não sei mais se caibo dentro do normal que as coisas têm que ser em mim. Perdoem-me, mas as lágrimas passeiam na nitidez da minha visão e assim escrevo. Algo há de não sair bem.
O que comprime o ar em meu peito é sentimento que deixei crescer, erva daninha que é, no espaço que ficou oco entre dois sonhos. Já não sei o que é normal. A normalidade passou por caminhos distintos do meu e, por mais que eu negue, já perdemos nossa intimidade.
Queria agora não ter que dizer nada. Queria bastar-me na ausência de mim mesma. Derramar-me qual vela transfomada pelo fogo, que se esvai lenta e difusa, e pára um pouco além em sua própria dureza reconquistada.
Enquanto isso, lá fora, só um aviso...
sábado, 11 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Quisera eu...
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Água na janela
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
o vermelho que dói em mim...
não consigo de onde tirá-las...
estou devendo em vermelho...
mas não sei que de que cor é este vermelho...
escarlate... vinho... vivo... sangue...
ou seria apenas
um carmim...
cá dentro...
correndo nas veias...
doendo em mim...
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Demora feliz
Queria poder cantar este dia com acordes de harmonia e perfeição. Mas não são os dias perfeitos que merecem a eternidade do descompasso das horas. Dias perfeitos são planície onde o rio não corre, mas se arrasta a procura de uma queda que o impulsione. O diverso das cores e o contraditório das emoções é que dá a medida do que vale a pena continuar.
Ter a felicidade por si só não faz a diferença de uma vida. O que me dá motivo de sorrir é a lágrima que um dia derramei. Se não tiver a oportunidade de ser só, não saberei o proveito da presença que me acalenta.
Como a solidão faz do outro um tesouro a cuidar,
o frio dá sentido ao calor.
a lágrima dá gosto ao sorriso.
o grito dá razão ao silêncio.
a queda dá leveza ao levantar.
o insondável dá motivo à fé.
Hoje, é um desses dias que tenho ansiado, dia dessas horas pelas quais tenho esperado... Quando a vida parece que fica em suspenso para que o paradoxo dos meus contrários passe por mim sem pressa de ir embora. Eu espero por essas horas e elas esperam também em mim. E assim me descubro feliz por poder entender que felicidade não se apreende em um só significado.
Felicidade é coisa que não se define, é coisa que não existe assim, como um vocábulo a ser exemplificado. Felicidade, a que existe (e isso não é pecado haver em mim), é a segurança dos meus erros que me apontam os acertos. É tudo aquilo que há em mim que me faz perceber o outro como um componente do que há em mim.
O que de fato existe,
é esse sorriso bobo
De quem entendeu que viver
é feito de opostos, de verdades díspares e momentos ímpares
é feito do sal no meu sorriso,
de sangue, suor e colheita.
E que ser feliz
é só um jeito de reconhecer
que opostos não se atraem
mas se complementam pela diferença que hão de ter
E assim, as horas se demoram em mim
Sem pressa... cultivando laços, abrindo espaços
E eu vou me deixando demorar
No incompatível que há em mim...
feliz, vivendo enfim...
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Mais um sol...
Here comes the sun...
as manhãs insistem em me encontrar por aí...
vida que segue...
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Mais uma noite...
6h30...
da janela do meu quarto eu vejo...
Eu queria ter na vida simplesmente
Às vezes saio a caminhar pela cidade
Eu queria ter na vida simplesmente
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Arrumando as malas parte II
O Show... Sem palavras...
O resto.... depois comento...
Re-arrumando as malas...
Desta vez...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
5 minutos
5 minutos foram suficientes para recolher mais momentos preciosos. Mais uma estrela cadente e um profundo supiro de agradecimento por estar olhando pro lugar certo na hora certa. Quando achei que já tinha recebido meu pequeno milagre, ainda veio passear no meu céu um dentre tantos lixos espaciais que orbitam a terra. Cruzou o céu até sumir perto das "Três Marias".
Engraçado lembrar da primeira vez que vi a "estrela" que se movia. O susto, pavor, fiquei estática por um tempo incalculável, talvez 1 minuto, ainda assim incalculável. Estranho mesmo pensar estar diante de algo totalmente desconhecido à parca sabedoria humana. Fez-me sentir um nada no universo, menos do que uma gota no oceano. As pessoas com quem comentei, me olhavam com um quê de pena e riso, quase dizendo: "Deus! Ela tá ficando maluca!". Mas o Google me resolveu este impasse de ignorância, e agora não me assusto mais, apenas tenho pensamentos não muito amistosos para com os EUA, os maiores provedores de lixo espacial do nosso planeta.
Pode ser lixo, pode ser errado, mas é lindo! Acho lindo, não tem como não achar.
Agradeci a Deus uma vez mais pelo olhar certo na hora certa, e me convenci: a gente reclama tanto, de tudo e de todos, do que se tem e do que não se tem, que não nos permitimos olhar na direção certa na hora certa. E assim, deixamos passar tudo o que deveríamos ver, sem nos darmos conta disso. Deixamos, até, uma vida inteira passar por nós mesmos, sem nos darmos conta de vivê-la.
Não temos o hábito de olhar para o céu e passamos a achar que estrelas cadentes são coisas raras, difíceis de se encontrar. O problema está justamente aí: assim como Deus, as estrelas cadentes estão sempre por aí, todas as noites, em todos os lugares, a gente é que fica olhando pro lugar errado.
"Quem quiser ver estrelas cadentes,
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Amor de amar
Não conhecer-te, é amar-te mais
compreender essa contradição que me toma
É coisa da qual não me ocupo
Deixo meu coração bater a batida que sabe
não quero fórmulas prontas, medidas e calculadas
tampouco perfeitas harmonias
que duram a eternidade de uma semifusa
Não quero as prisões que enlaçam a pretexto de unir
que separam por assim ser, de tão perto que serão
Deixo pra outros o ardor das paixões que chegam
Quero a certeza de que levo-te aqui dentro
e que, de vez em quando, eu possa te sorrir
mesmo que nunca sejamos, em comum,
um alguém por quem viver
Deixo a chama tênue do meu querer bem
que aquece e ilumina meu coração em desatino
abrandar a saudade que sinto do que nunca terei,
e calar a dor de amor que me ronda
à procura de fazer do meu lugar a sua morada.
Amar assim,
é viver a loucura de uma vida inteira
mas é o que me faz seguir por esses destinos
de incertezas e solidão velada
o inesperado do amor que me acolhe, acata, que me eleva
essa certeza de saber o bem do amor que amo
me faz querer ser pessoa por inteiro
me faz querer por inteiro
me faz por inteiro
À minha medida, é esse meu amor
amor que nunca terá sua hora de chegar
e ainda assim, é tudo o que me basta
com seu segredo de guardar o que poderia ser
e ainda assim, não ser
é por isso que amo, do jeito que amo:
não pelo que nunca será em nós
mas pelo que já é em mim
é por isso que amo,
só por ser assim...
eterno...
eternamente só em mim.
(Carla Balthazar)
Erva daninha
quarta-feira, 11 de junho de 2008
O tempo não pára...
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Hoje sou só eu...
Que este seja um espaço onde eu possa expressar o burburinho de idéias que volta e meia se acotovelam dentro da minha cabeça. Onde meus sentimentos, aqueles que puderem, venham exibir-se e tentar se fazer entender.
No complicado processo de viver, crescer, descobrir-se indivíduo e plural ao mesmo tempo, somos arrastados constantemente por ondas avassaladoras, que ora nos redimem, ora nos sufocam, ora nos fazem transgressores, ora libertadores, ora fazemos de tudo pra sumir no mar de gente, ora queremos ser reconhecidos na multidão.
Então, de repente, nos vemos diante do dilema de sermos um dentro de nós, e outro do lado de fora. E sendo dois, somos avessos, esquerdos e direitos, somos muitos, e entre outros tantos muitos, somos, na maioria das vezes, sós. Porque na multiplicidade de sentidos que damos a nós mesmos, acabamos por nos afastar do que é essencial ao nosso coração.
Que eu possa fazer de minhas subjetividades, não motivo de afastamento de outros corações, mas um motivo agregador, enriquecedor, e, perdoe a pretensão, fazer que, de alguma forma, minhas viagens a mim mesma possam ser fonte de entendimento pra outros tantos que, assim como eu tempos atrás, em algum momento precisam de um conselho, uma direção, e não tem a quem pedir, e talvez não saibam nem pedir.
Escrever é uma paixão escondida por pensar que não sou capaz, por não acreditar em mim mesma, talvez até por acreditar inconscientemente no que outros tantos olhares tem falado de mim ao longo dos meus dias. Isso é uma barreira que há muito tempo percebia intransponível, mas que hoje, sei que posso tentar superar. Posso e vou. Hoje sei que sou muito mais do que vêem de mim. Sou muito mais pra mim, sou muito mais pra Jesus.
Falar das coisas de Deus é coisa certa. Hoje em dia, e não há muito tempo, Ele é a diretriz de todos os meus passos, motivo de todos os motivos, nome sobre todos os nomes. O amor de Jesus por mim é uma experiência de vida que também quero compartilhar com aqueles que possam, inadvertidamente, vir parar aqui nestas passagens, e quem sabe, percam um pouco de tempo para ler tudo isso que irei amontoando aqui e acolá.
Sejam acolhidos e acolham-me também... como amiga e irmã em Cristo!!!
Fiquem à vontade...Sejam bem-vindos ao meu pequeno espaço!!!